Ao Meu Redor

29 junho 2005

Sono maldito

O mau-humor é um péssimo aliado do jornalista... Hoje sai de casa com tanto sono, que se um vulcão surgisse no meio da Ilha do Governador não ia dar a mínima atenção. Cheguei ao ponto de ônibus e estava recitando um mantra para o 634 não demorar, quando fui interrompida por uma senhora, de seus cinqüenta e poucos anos, ela sentou-se ao meu lado e disse: “Esse ônibus para Vilar dos Telles demora tanto e ainda passa por fora”... No meu mau-humor respondi secamente: “É...”, enquanto pensava: “Papo de velho, não. Papo de velho é tudo o que eu não quero agora”. A senhora prosseguiu: “Isso é assim, porque eles têm o dinheiro certinho, garantido, se eles ganhassem por passageiro ia ser diferente”... Nesse momento minhas orelhas chegaram a levantar, feito um cão pastor que fareja sua caça, mas o sono era superior ao senso jornalístico e, por isso, minha curiosidade foi vencida pela resistência ao papo de velho. Tudo bem, podia ser apenas uma história sem nexo de uma vovó revoltada, mas o fato é que, no mínimo, perdi a chance de escutar um boato intrigante. Desde quando as empresas de ônibus não ganham por passageiro? Talvez, se investigado, esse simples desabafo pudesse se tornar uma boa história. Da próxima vez, prometo prestar mais atenção e investigar melhor os indícios. Acho que vou fazer um curso intensivo com aquele corretor... Jú, você ainda tem os telefones dele?

28 junho 2005

Quebrando a corrente

Acho que foi praga do meu irmão... Será que nunca mais vou ter um momento de paz no supermercado?... Eu e um biscoito, um biscoito e eu... Depois que postei sobre o acontecido nas Lojas Americanas, as forças do universo parecem conspirar sempre que vou à seção dessas deliciosas iguarias. Hoje o procedimento era simples: salto do ônibus, entro no Mundial, compro um pacotinho (dessa vez um só) e sigo para o trabalho. Adentrei o estabelecimento, escolhi o biscoito e fui para o caixa. Estava esperando uma cliente finalizar o pagamento, quando um ser dantesco simplesmente passou a minha frente, sem nenhuma cerimônia... A caixa fez um sinal, indicando que eu estava na fila, a criatura apenas se deu ao trabalho de olhar para trás com o ar de desdém e, voltando-se, entregou o dinheiro para a funcionária... A distinta senhora ainda fez questão de ficar enrolando na saída do caixa. Tive a impressão que foi só para me irritar. Tem gente que é assim, mesquinha, sai de casa, procurando briga, com a intenção de descontar seu mau-humor no primeiro que der chance... Ainda bem que há muito deixei de comprar esse tipo de atitude.

26 junho 2005

Loucura, loucura

Programa de domingo? Procurar casa com os amiguinhos... Calma, distinto leitor, não estamos pensando em fazer uma república, a idéia é outra e, quando se concretizar, vai render ótimas histórias para esse blog. Mas voltando ao que já é fato, pegamos o carro e fomos rodar pelas ruas do Valqueire. Quando estávamos a ponto de concluir a busca, cruzamos com um senhor e meu amigo observou: “Olha, Jú, o corretor do seu pai”, brincando falei: “Ele sentiu o cheiro de possíveis vítimas”... Mas como é de conhecimento público, toda brincadeira tem um fundo de verdade. Não demorou muito para a fatídica constatação, o corretor estava nos seguindo. Não dava para acreditar, porém era real. Passado alguns segundos, ele encostou o carro e foi logo oferecendo seus serviços. Isso é que é feeling... Despachada a mala, quer dizer, dispensado o corretor, seguimos para o churrasco que nos aguardava em Anchieta. Após muitas garrafas de refrigerante, o assunto já era a novela global “Roque Santeiro”. Analisávamos a figura do Professor Astromar (para quem não ligou o nome a pessoa, estou me referindo àquela personagem que falava, falava, mas não dizia nada, um típico Kid Cultura, no melhor estilo político brasileiro), quando lembrei que estava devendo um post para meu querido irmão. Como assim? Uma pessoa quer posar de enciclopédia e diz que a passagem de ônibus custa R$ 1,60. Das duas, uma, ou você está mais pobre do que eu imaginava e só anda a pé, ou você ficou rico e deixa sua limusine em alguma garagem secreta... Agora, o pior não é isso, essa mesma “enciclopédia” escreve vizinho com “s”... tsc, tsc, tsc... No comments. Terminados os devaneios do churrasco, voltamos para boa e velha Ilha, mas não sem levar uma recordação da Baixada Fluminense... A cena de um homem passando com seu bode, de coleira e tudo.

25 junho 2005

Péssima idéia

Todos já devem ter ouvido aquela piada sem graça do cabelo na comida, pois bem, nesse sábado eu vivenciei uma versão adaptada dessa insossa anedota. Mais uma noite fria na Ilha do Governador e a opção era clara e simples, rodízio de pizza. Lá pelo décimo pedaço, já na pizza doce, ouço uma voz bradar ao meu lado: “Mírian, o que é isso?”, após uma análise profunda respondi: “Pela consistência... É uma piaçava.”. Estava armada a cena, que se não fosse trágica seria cômica... O problema foi esse, a maioria dos presentes não entendeu a gravidade da situação. Desculpa, mas vou ter que citar nomes... Como assim, Jorginho? Sua namorada encontra um corpo estranho na comida e você se junta ao resto da galera para zoá-la... No sense... Corria o sério risco de dormir com o peixe africano. Convocado até a mesa, o gerente ainda explicou com a cara mais lavada do mundo: “É do pincel...”, deu as costas e foi embora. Ah! Mentira, antes de sair calmamente, ele perguntou se minha amiga queria trocar o prato... Só dizendo “ninguém merece”. Mas tudo bem, a vingança estava por vir. Poucos minutos após o ocorrido, alguns amigos, que haviam ficado pelo caminho, adentraram a pizzaria. Queríamos sentar todos juntos, só que não tinha espaço. Os recém-chegados tiveram, então, que se alojar a duas mesas de distância... Desgraçado do garçom que deu essa idéia... Ele não sabia com quem estava lidando... A partir desse momento, foi estabelecida a comunicação entre mesas. Batuca no prato, canta, grita, balança o braço, liga para o celular... levanta, atropela o garçom para chegar na outra mesa... Tudo isso, sob os olhares de repreensão e susto daqueles que ocupavam as mesas intermediárias. Cansados de azucrinar a tranqüilidade dos garçons e a ponto de sermos expulsos da pizzaria, decidimos ir embora. Acabamos a noite tomando chá e cantando “Atirei o pau no gato” em ritmo de “The wall”... Vai entender.

24 junho 2005

Falta de uso dá nisso

Socorro, meu cérebro está atrofiando!!!! Realmente, é verdade, quando você pára de estudar um determinado campo do conhecimento, está correndo o risco de atrofiar seu cérebro. É a única explicação para o que vem acontecendo comigo. Lá se vão cinco anos que não estudo matemática. Tá certo, nunca fui nenhuma rainha dos números, mas até que me saia bem, passava de ano sem recuperação, não me sentia torturada por ter que resolver problemas, sempre fiz contas de cabeça... Enfim, dava para sobreviver numa boa. Acabou o Ensino Médio e veio a Faculdade de Jornalismo... Teoria da Comunicação, letras, técnicas jornalísticas e os números foram banidos dos meus estudos (Economia foi alvo de um único período do curriculum e não fez muita diferença)... Agora meu nível é o seguinte: contas apenas com calculadora (mesmo as simples. Fico enrolada até com troco de ônibus, dá para crer nisso?), comprar contact na quinta foi um problema só, cheguei ao cúmulo de recorrer ao meu irmão para saber quantos centímetros tinha em um metro... Acho que estou ficando burra e isso me deixa muito assustada.

22 junho 2005

Paixões irracionais

Peço desculpas àqueles que gostam, mas acho que muitas vezes a paixão excessiva pelo futebol torna as pessoas irracionais. Não que outros tipos de paixões não possam deixar os indivíduos cegos, mas a força do futebol me impressiona. Os jogos ocorridos na dita “Arena da Ilha” vêm permitindo que eu analise de perto esse fenômeno. As ruas do bairro ficam uma loucura, a raiva que transparece nos olhos e atitudes dos torcedores me assusta. Nessa quarta, o cenário mudou. No caminho trabalho-casa, passei próximo ao Estádio de São Januário e tive a oportunidade de ficar no meio dos tricolores insandecidos (final da Copa Brasil, acho que era esse o torneio)... deprimente. Não sei até que ponto vale a pena ter uma paixão que te transtorna desse jeito. Conheço pessoas que, se o time do coração perde, tem rompantes de agressividade, choram, ficam trancadas no quarto e por aí vai. Para mim, os hobbies devem funcionar como válvulas de escape e não como condensadores de mais tensão... enfim... cada um na sua.

20 junho 2005

O cúmulo da eficiência

Tô pasma! Estava no transporte alternativo (vulgo kombi), indo para a Ribeira, quando a única passageira (além de mim, claro!) saca o celular e diz para seu interlocutor: “A kombi está em frente a 37ª DP”. Em seguida, ela se vira para o motorista e fala: “Vai passar um Pólo piscando os faróis, você pára, tá?”. Em todo meu trauma de assalto, penso logo: “Que isso? Seqüestro de transporte alternativo...”. Não deu cinco minutos, vem o Pólo rasgando o trânsito, cola na kombi, a mulher coloca a mão para fora e o carro segue em frente. A passageira, então, olha para o trocador e diz: “Esqueci minha carteira, mas meu namorado já me trouxe”. Valeu... É melhor nenhum engraçadinho se meter com ela...

18 junho 2005

Homens, um perigo

Indecisão é uma das piores características que uma pessoa pode ter (experiência própria). Pior ainda quando a indecisão é coletiva. Mais um sábado à noite e a pergunta na roda de amigos sufocava a todos: “O que vamos fazer hoje?”. Como a temporada de festa junina se iniciou ainda no princípio do mês, resolvemos passar numa festinha que estava rolando nas proximidades. O roteiro era comermos algo e depois acabarmos a noite vendo um filme. Mas como a indecisão era reinante, levamos séculos para escolher o que iríamos degustar. Resultado: fomos espectadores da quadrilha infantil. O problema não eram as crianças e sim a criatura que anunciava a atração. Com sua voz irritante e estridente, ela se pronunciou: “As crianças vão dançar. Pode soltar” e meu amigo completou aos berros: “Abre a jaula!!!”. Após a crise de risos, seguimos para a Blockbuster. O grande erro foi deixar os meninos entrarem primeiro na locadora. Homem com cérebro está em falta no mercado. Eles escolheram um filme chamado “As Gladiadoras”, sátira de “O Gladiador”... Tentamos convencê-los a levar “Diário de Motocicletas”, “Redentor”, “Adeus, Lênin” e outros filmes que necessitassem de neurônios... Tudo em vão. Éramos duas contra três, votos vencidos. No caixa, um dos meus amigos teve um instante de sanidade e perguntou para a atendente: “Esse filme é bom?”. A resposta foi simples e curta: “É uma sátira...”. Nem preciso falar sobre a qualidade do filme, né? Da próxima vez os homens ficam nos carros e as mulheres entram na Blockbuster.

17 junho 2005

Somos assim

O Centro do Rio é um lugar único, principalmente, em determinadas regiões. O Largo da Carioca é uma delas. Hoje, enquanto bundiava a trabalho, passei por esse “ponto turístico” e presenciei a diversidade cultural do Brasil. De um lado, Dicró, um autêntico representante do samba e da malandragem carioca, autografava seu mais novo Cd com todo carinho (era a frase que saia do carro de show, diga-se, de passagem, um Chevette). Do outro, três ou quatro casais, vestidos com roupas típicas, dançavam ao som de músicas alemãs. Era o anúncio da “Bauer Fest”, evento que comemora as raízes germânicas de Petrópolis. Um verdadeiro caldeirão, bem no Centro da cidade. O nome disso? Cultura brasileira.

Eita, menina nerd!!!

Acho que sou a única pessoa da minha idade que gosta de bandinhas... Isso mesmo, bandinhas, daquelas com direito a prato, tarol e simpáticos velhinhos tocando. Deve ser um resquício da minha adolescência... Para quem não sabe, quando tinha uns 14 anos (mais ou menos), toquei surdo na banda da escola. Bem nerd!!!! Fazer o quê? Sou nerd mesmo (aprendi a admitir esse fato irreversível com um amigo. Beijinhos procê, Cioci). Mas voltando as bandinhas, hoje, enquanto estava indo para o trabalho, tive a oportunidade de presenciar a inauguração das Casas Bahias (filial Bonsucesso) e adivinhem o que estava na porta da loja... Uma bandinha, claro!!!! Uma vez quando morava em frente ao Supermercado Mundial, acordei num sábado de manhã e logo ouvi os primeiros acordes, tinha uma bandinha na porta do estabelecimento. Desci a ladeira feito louca, precisava vê-la, só eu mesma!!!! A bandinha de hoje veio acompanhada de dois artistas caracterizados de palhaços. Um abordava o público e o outro dançava com uma daquelas bonecas de pano. Muito legal!!! Adoro ações promocionais!!! Adoro as coisas simples, que podem fazer as pessoas se desligarem dos problemas e sorrirem por alguns instantes.

12 junho 2005

Dia dos Namorados

Aqueles que me conhecem ou, pelo menos, aqueles que leram o meu perfil aqui no Blog, sabem que não gosto de lugares tumultuados... Em compensação adoro música... Portanto, shows são locais, muitas vezes, contraditórios para mim. Reúnem paixão e ódio ao mesmo tempo. Acho que cerca de um mês antes do Dia dos Namorados, eu e meu digníssimo descobrimos que o Carioca Shopping iria fazer um show do Leoni na Praça de Eventos... Beleza, decidimos que iríamos assistir, apesar de ser óbvio que ficaria lotado. Agora, não imaginei que o lotado seria tudo o que presenciamos... Conseguimos assistir ao show relativamente numa boa, deu até para ver o Leoni no palco (mesmo com apenas 1,57 metro, pois é, sou pocket)... O problema só foi revelado na hora de deixar o Shopping. Em todos os guichês de estacionamento a fila dava voltas, os corredores estavam intransitáveis e o ar condicionado não dava vazão em nenhum ponto do estabelecimento... O público foi imensamente superior à capacidade que o Shopping podia agüentar... Pelo menos, o Leoni é simpático, gato e canta maravilhosamente bem... Tudo certo no final, valeu o show, as companhias e o mega-sanduíche... rs... Beijos aos amigos que nos acompanharam nessa empreitada!

10 junho 2005

Papéis invertidos

A internet definitivamente revolucionou o universo das pessoas... Hoje precisei comprar uns envelopes... É isso mesmo! Envelope para carta, que descobri ainda serem vendidos enquanto desbrava os camelôs da rua Conde de Bonfim. Acho que não comprava um envelope desde criança e, apesar, de minha infância não ser tão distante assim, estava me sentido uma múmia enquanto me dirigia até o ambulante, ou melhor, até a ambulante. Aí reside o início da cena que pretendo descrever neste post. Cheguei à barraquinha e fixei-me perante a senhora, fiquei lá por alguns segundos e nada da vovó me atender, foi então, em toda a minha lerdeza, que percebi: a senhora era cega. “Putz”, pensei, “como vou comprar os envelopes com a velhinha?? Como ela vai saber se dei o dinheiro certo??” Eu que já saí do trabalho decidida a trocar meus únicos dez Reais no camelô tinha acabado de desistir. Por outro lado, ali era o único lugar, num raio de 20 trilhões de kilometros, em que poderia encontrar envelopes. Ativei meus dois neurônios e lembrei que tinha algumas moedinhas, me esforcei para encontrar duas moedas de cinqüenta centavos daquelas mais grossinhas (eram 20 envelopes por um Real), pois assim a vovó poderia tatear e “ver” que eu não estava lhe enganando. Felizmente, consegui achar as tais moedinhas e comprei os envelopes, ainda fiz questão de dizer ao entregar o dinheiro: “Aqui senhora, duas moedas de cinqüenta centavos”... Saí de lá satisfeita por ter alcançado meu objetivo e pensativa, imaginado quantas pessoas não deveriam passar a perna na velhinha. Os pensamentos invadiram tão intensamente minha cabeça, que nem me lembrei de verificar os envelopes. Pois bem, quando já estou no ponto de ônibus, que fica a uns três quarteirões da barraquinha, atino para esse detalhe... É... Antes que vocês concluam o raciocínio, aconteceu isso mesmo, tinha envelope a menos, fui enganada pela ceguinha...

09 junho 2005

Um médico, por favor.

Essa quinta-feira foi mesmo repleta de novas experiências. Cansada de bundiar pra cima e pra baixo com o figuro, entreguei o bendito na empresa e peguei o rumo de casa. Após esperar séculos pelo ônibus (sempre esqueço de adicionar a comunidade “Eu odeio o 634” no Orkut), eis que surgiu um buzão linha vermelha, pensei feliz: “vou levar apenas uma hora até em casa”... Beleza, mas a pergunta imprescindível: o ônibus estava vazio? Resposta óbvia: é claro que não! Minhas pernas doíam (velho é uma desgraça!) e o único lugar vago era lá, lá mesmo, onde vocês estão pensando, no chão do ônibus, em cima da caixa de roda... Quem já andou de 634, entende essa experiência. Como o ônibus está sempre lotado e o trajeto é gigantesco, as pessoas se rendem ao cansaço e acabam sentando atrás do motorista mesmo. Comigo não foi diferente! Aboletei-me no chão, enquanto quase todos me olhavam (geralmente os homens sentam nesse local, mas, quem me conhece, sabe que frescura não é uma das minhas características, então não fiz cerimônia). Achei interessante o ângulo de visão que temos dali, relativamente próximo ao asfalto, com um motorista kamikaze, como a maioria dos “pilotos de 634”. O ruim é o calor... Uma vez ouvi que sentar em local muito quente causa hemorróidas, será que é verdade?

Abaixo a Newton

Cada vez fico mais impressionada com as ruas da Tijuca... Depois da Uruguaina (no Centro da Cidade), a Conde de Bonfim (na calçada oposta a Praça Saens Pena) é a maior concentração de camelôs por metro quadrado que já vi. Tem de tudo... Desde os mais variados produtos alimentícios até artigos de todos os gêneros... A sensação do momento é o sutiã de silicone. Impossível dar um passo sem ouvir um ambulante gritando: “Aí, freguesa, igual o anunciado na TV”... É o ser humano lutando contra a Lei da Gravidade...

Filosofia sob trilhos

Na viagem de volta para o trabalho, mais relaxada por saber o caminho e como agir (para entender leia o último post), tive a oportunidade de ouvir um pensamento singular dentro do Metrô. Duas senhoras, aparentemente funcionárias públicas, falavam sobre a greve que enfrentavam em suas unidades de trabalho, quando uma delas soltou a seguinte pérola: “o ovo da galinha e da pata é tudo igual, você pode comer os dois. Então por que a gente come o da galinha? Porque a galinha, quando põe um ovo, cacareja, faz um escândalo que o galinheiro todo ouve, já a pata fica quieta na dela e isso que eu digo”... Então, tá, então... Nada de cacarejos.

Tudo tem sua primeira vez

Experiências novas são sempre bem vindas, desde que saudáveis... E meu trabalho às vezes permite algumas... Nessa quinta precisei ir até Copacabana pegar um figurino e passei pelo experimento de enfrentar o metrô Integração Ipanema... Tudo bem, alguém deve estar se perguntando: “E daí, andou de Metrô, ah?”. Em primeiro lugar, sou lesa para esse meio de transporte. Sabe como é, né? Moradora da Terra do Nunca, acostumada ao bom e velho buzão... Só nos últimos tempos, com o maior uso do Metrô é que tenho me adaptado... Em segundo, nunca havia pego a Integração Ipanema... O problema já começou de cara. Não sabia em que estação descer, não sabia como comprar o bilhete de volta... A situação começava a ficar difícil, quando vi que todas as instruções estavam ali no guichê, nem precisei perguntar (nota dez para a organização do Metrô). Segui minha viagem numa boa, saltei na Siqueira Campos e achei o ônibus de integração sem maiores problemas (plaquinhas super-explicativas, outra nota dez). No ônibus, fiquei abismada com a educação do trocador... ah, se nos buzões comuns fosse assim... Pedi para que ele me indicasse quando o 1º ponto estivesse chegando, pois deveria descer nele. Ao nos aproximarmos do local, o funcionário informou: “Senhora, é aqui” (Senhora foi um pouco demais, né? Afinal tenho 23 com carinha de 17, mas tudo bem...). Eis, então, que me levanto e já faço o movimento para dar sinal... Antes que efetivasse a ação, o trocador intervém: “Não precisa, ele pára em todos os pontos”... Disfarça, porque até o gringo que estava ao meu lado olhou para mim com cara de “coitada!”... Saldo da viagem: apenas um mico e tarefa cumprida, me sai bem.

06 junho 2005

Olhos de ver

Pelo que eu me lembre (afinal, não faz tanto tempo assim) a adolescência é tudo de bom na vida de alguém... Uma época geralmente ligth, de muita diversão e fantasia. Não estou dizendo que os adolescentes não tenham preocupações, a diferença é que são problemas de outros gêneros, não é, por exemplo, um pepino no trabalho, do qual depende o sustento de sua casa (por favor, enquadrem nesse padrão a juventude de classe média, que não precisa se sustentar, ok?). Enfim... o ruim é que após virarmos “gente grande” atribuímos esses momentos felizes apenas a adolescência e esquecemos de curtir os pequenos detalhes da vida... Acho que só fui me lembrar disso hoje... Estava bundiando a trabalho, quando peguei um ônibus para o Centro. Passei pela roleta e dois garotos da Cefet estavam posicionados ao lado do trocador, não paravam de cochichar, mas a princípio não notei o que era... Só depois percebi que haviam mais dois estudantes sentados e que no banco logo a frente estava uma menina de uns 16 anos... E faz sinal daqui, e faz sinal de lá e ri... Quando o ponto da Cefet estava chegando, veio a comemoração, eles conseguiram o telefone da menina... Não estou falando para darmos em cima de todo mundo e sairmos pegando telefones por aí, mas sim para enxergarmos diversão nos menores momentos de nossas vidas... um papo com os amigos, um rodízio de queijo ralado ou até mesmo uma simples viagem de ônibus... Carpe Diem.

04 junho 2005

Só mesmo na Terra do Nunca

Definitivamente essas cenas só ocorrem na Ilha do Governador... Até quando vai comer uma simples pizza com os amigos, o insulano se vê envolvido em histórias esdrúxulas. Primeiro é obrigado a rodar o bairro atrás de uma pizzaria que não tenha fila na porta (lembremos que a Ilha do Governador é um ovo e uma das poucas diversões por aqui são os rodízios... Estou falando em diversão de pessoas normais. Sim, porque ver os jogos na dita “Arena da Ilha” ou ir aos shows na Portuguesa não rola, né? Só muvuca... gente se espremendo por todos os lados. Não tem espaço nem para respirar). Bem, voltando à pizza... Cinco minutos depois de conseguir achar um restaurante vazio, o insulano presencia o quê? O garçom sendo demitido bem no meio do salão... Pois é, jamais imaginei que veria algo desse gênero, só na Ilha do Governador mesmo. Para encerrar a noite com chave de ouro, pedi a um dos garçons o queijo ralado (calma, não sou louca, não... além de pizza, o rodízio tinha massa)... Beleza, o garçom sai da mesa e penso: “ele vai até a cozinha pegar o queijo”, mas não, o indivíduo se dirige a mesa da frente solicita o potinho e retorna até a minha pessoa ... É isso mesmo... O queijo também era rodízio... Então, tá, então..., pelo menos, a conversa com os amigos valeu a pena...

03 junho 2005

O poder das palavras

Simplesmente eu detestava... detestava quando no Ensino Médio os meus professores de Português, Literatura e afins pediam aquela velha redação sobre o poder das palavras... Lá ia eu ficar enrolando novamente e dizendo que as palavras ferem, as palavras destroem, as palavras isso, as palavras aquilo... mas como era obrigatório fazer... lá ia eu... Depois veio a faculdade de Jornalismo e ninguém mais me pediu a detestada redação, nem os professores mais fuleiros... ainda bem. Passaram-se os quatro anos de universidade e minha concepção sobre o poder das palavras continuava a mesma do Segundo Grau... Será que foi a ausência da bendita redação? A verdade é que, apesar de escrever milhares de textos durante esses 1.460 dias, eu nunca havia realmente sentido o tal “poder das palavras”, o que, por incrível que pareça, só aconteceu após a criação desse blog. Não acho que um “diário na internet” torne alguém um jornalista (como já vi um coleguinha de profissão dizer na própria rede), mas o fato é que o blog distribui seu texto para inúmeros leitores... Tá certo, seus dizeres podem ficar perdidos pela net, sem nenhuma alma passar os olhos, em contrapartida eles estão lá, publicados para qualquer um ler... Essa possibilidade de leitura é que te fornecer a real sensação do poder das palavras... O cuidado com o que se vai postar ronda a cabeça dos “blogueiros” (pelo menos a minha)... afinal, posso influenciar alguém e como já dizia a história: “você é responsável por aquilo que cativas”... Por isso, sou a favor que as faculdades de Comunicação tenham jornais laboratórios, rádios laboratórios, tvs laboratórios e agora sou a favor, até mesmo, que os estudantes de Jornalismo mantenham blogs... A experimentação é fundamental...

02 junho 2005

Notinha publicitária – Parte II

Mas ainda existe vida, quer dizer, mentes pensantes no meio publicitário. A prova são comerciais como o do presunto Sadia e da empresa telefônica Oi. Com sacadas simples, mas inteligentes, essas propagandas mostram que uma frase comum pode ser a grande estrela de um anúncio... É hilário ouvir o balconista dizendo a consumidora “liga não, é inveja” logo após a tentativa do presunto em se passar por Sadia ou então ver a expressão do ator Alexandre Borges falando “rancorosa, né?...” ao explicar que sua esposa não fala com ele há 45 anos por não ter ganho um celular Oi... Essas propagandas merecem o horário nobre!

Notinha publicitária – Parte I

Gente, o que é o Monstro da Anuidade? É meu, é meu, é meu... Para aqueles que tiveram a felicidade de não ver ainda, estou falando do mais recente garoto-propaganda da Caixa Econômica... Um enorme monstro de pelúcia cor-de-rosa que representa a anuidade dos cartões de crédito. Ele entra na sua vida e se apossa de tudo o que é seu... Daí a repetição incessante do bordão “É meu, é meu, é meu...”. Toda essa deplorável cena para anunciar o novo cartão da Caixa, que tem anuidade grátis durante dois anos (acho que são dois anos, o protagonista me deixou tão abismada que não consigo prestar atenção no off do comercial)... Desculpem, mas só falando “ninguém merece!!!”... Deve ser por isso que ultimamente só vejo o felpudo monstrinho passar de madrugada na tv.

01 junho 2005

O cúmulo da desconfiança

Ia postar esse comentário no domingo, mas depois acabei deixando para lá... Ao tocar no assunto de desconfiança, lembrei da história e resolvi voltar atrás. Não sei se vocês tiveram a oportunidade de ver o Fantástico do último fim-de-semana. Passou uma matéria sobre o casamento/separação do Marcelinho Carioca (para os que detestam esporte... aquele jogador de futebol, ex-Flamengo, atual não sei o quê). Pois bem, a reportagem mostrava a ex-esposa do indivíduo aos prantos dizendo que foi enganada... Calma, o jogador não a traiu... O fato é que, segunda a própria senhora Marcelinho, durante a cerimônia de casamento, ela assinou, sem saber, um contrato que estabelecia matrimônio sem comunhão de bens, ou seja, o que foi comprado, durante a união, com o dinheiro dele pertence a ele e o que foi comprado com o dinheiro dela pertence a ela... nada de repartir igualmente os bens após a separação... Terminado o enlace e, sem ter ciência desse documento, a ex-esposa passou em casa e recolheu alguns itens que acreditava lhe pertencerem... Resultado: acabou acusada de roubo... Agora me respondam: se uma pessoa acredita que a outra está se casando com ela apenas por interesse, a ponto de fazê-la assinar, sem saber, um documento com o propósito de não repartir os bens, para que se casar?