Ao Meu Redor

21 julho 2005

Dark Side me aguarde

Há situações que são difíceis de agüentar por sua própria natureza, fila no ponto final de ônibus é uma delas. Se o coletivo for o 634 e se atrás de você estiver uma dupla “no sense”, um simples retorno para casa pode se tornar uma missão quase insuportável. Essa história começa pelo fim... Isso mesmo pelo fim. Para ser mais exata, o final de “A Guerra dos Mundos” que fui obrigada a ouvir enquanto aguardava, em pé e por mais de meia, a chegada do “buzão”. Alguém deve lembrar daquele comercial em que o molequinho sai do cinema e começa a percorrer a fila gritando: “A mocinha morre no final, a mocinha morre no final!!!”. Pois bem, me senti uma verdadeira participante dessa propaganda. Meu consolo é que não pretendia mesmo ver “A Guerra dos Mundos”, pois já tive péssimas recomendações... Porém, como falei, esse foi apenas o início. Para minha infelicidade, a dupla, por sinal pai e filho, sentou-se exatamente no banco atrás de mim. Ônibus em movimento e foi dada a largada para a sessão de frases toscas. Confesso que o barulho feito pela lata-velha do 634 não me permitiu compreender o tema do diálogo, mas algumas das pérolas soltas ao longo do trajeto são inesquecíveis: “a polícia tem mesmo que baixar o cacete", "se já sacou a arma mata logo todo mundo"... Dessa linha policial-assassina, a duplinha passou para as maledicências. Foi o momento de começar a malhar a Ilha do Governador. Com a abordagem desse assunto, pude finalmente entender o contexto da conversa e traçar um perfil dos interlocutores. O pai (divorciado e não residente na mesma casa que o filho) estava levando a prole para assistir ao jogo na bombante “Arena da Ilha”. As frases toscas eram parte integrante de uma brilhante teoria que visava acabar com as brigas nos estádios (controverso, não?) e as críticas a Ilha advinham de serem eles dois tijucanos natos... Após essa rápida dedução, enfureci-me. Como assim???? Não admito que qualquer morador da Tijuca, um dos bairros mais violentos do Rio, líder em roubos de carros, critique a Ilha... Tudo bem, que a Terra do Nunca tem seus defeitos, mas com certeza ainda é bem mais tranqüila do que a fervilhante Tijuca... Moro há 23 anos na Ilha e nunca fui assaltada, bastou pouco mais de um mês trabalhando na Tijuca para tentarem me roubar. Mas não tem problema não. Os senhores “donos-da-verdade” saltaram no ponto errado e eu nem falei nada... Vingança, que coisa feia!!! Às vezes acho que estou sendo tragada para o lado do negro da força. É o convívio com um irmão Lord Sith.

1 Comments:

  • Eu sempre falei que o Dark Side era mais vantajoso... Seja bem vinda ao lado negro da força...

    By Anonymous Anônimo, at 06 agosto, 2005 11:06  

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