...mas tem sempre alguém para injetar ânimo
Como falei no post anterior, passado o susto do tiroteio em Manguinhos, a viagem seguiu rotineiramente... Quando estava não muito distante da minha casa, entrou no ônibus uma mulher com um bebê de colo e uma criança de mais ou menos oito anos. Enquanto o mais velho passava por debaixo da roleta, ela contava que havia acabado de retirar o menorzinho do hospital, pneumonia, mas não tinha dinheiro para os remédios... por isso, seu filho iria passar recolhendo qualquer ajuda... Não estou aqui para discutir se a história era verdadeira ou não, nem se devemos dar “esmola” ou não, o alvo desse post é a atitude de um dos passageiros... por acaso o rapaz que estava sentado ao meu lado. Vestido de modo simples, ele carregava uma sacola de supermercado, que eu já havia notado conter leite, chocolate em pó e biscoito... provavelmente alimentos que levava para o(s) seu(s) filho(s). Quando a criança passou pela primeira vez ele recolheu todas as moedas que tinha no bolso e deu para o menino, que continuou a percorrer o ônibus... Então o rapaz olhou para o saco de compras e sem pensar duas vezes chamou a criança e lhe entregou um pacote de biscoito... Atitude que pode parecer simples, afinal, para muitos o que é um pacote de biscoito... Pode parecer simples porque não pensamos na dimensão dos nossos atos. Ver que as pessoas ainda podem ter um gesto espontâneo de bondade com um desconhecido contribui para diminuir o olhar de desconfiança que, desde a tentativa de assalto, venho lançando sobre o outro. Com essa atitude simples o rapaz ajudou não só aquela família, mas também esta pobre desacreditada do mundo... Lembremos sempre que as palavras comovem, mas os exemplos arrastam.
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